“Nós dissemos ao FMI alto aí! Nós não temos divisa”, diz Patrice Trovoada

São Tomé, 29jun2023(Jornal31)-A captação de financiamento externo para sustentar o Orçamento Geral do Estado está cada mais difícil, as negociações entre Governo e o Fundo Monetário Internacional não resultaram, o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada acusa o FMI de falta de flexibilidade

O OGE 2023 (orçamento geral do estado), para o presente ano económico estimado em 153 milhões de dólares já foi aprovado.

Sem financiamento para execução do OGE o primeiro de São Tomé e Príncipe Patrice Trovoada, que se deslocou recentemente à Washington para a penúltima ronda de negociação com o FMI (fundo monetário internacional), regressou ao País desapontado com aquela instituição financeira.

Trovoada entende que FMI não tem sido flexível para com o arquipélago, apos o último programa ter terminado em junho de 2022 que segundo informou houve “descarrilamento”.

Explicou ainda que de acordo com a exigência do FMI São Tomé e Príncipe viu-se obrigado a introduzir o IVA (imposto sobre valor Acrescentado) a 1 junho de corrente para ter acesso ao novo crédito.

É preciso que o FMI flexibilize um pouco a sua posição existe regras sim. Ou flexibilizamos ou mudamos a regras e eu disse ao FMI enfim. Dizem que não podem intervir num País em Guerra. Mas o FMI mudou as regras para dar 15 mil milhões de dólares à Ucrânia.”, afirmou o primeiro-ministro são-tomense.

“Nós dissemos ao FMI alto aí”, assegurou Patrice Trovoada, que recordou ao FMI de que o País não tem divisa, para aquisição de combustiveis.

“Duas comunicamos ao FMI que a reserva de combustíveis que tínhamos estava a esgotar. Dai avisamos a tempo”, garantiu

Patrice Trovoada, acusou MLSTP-PSD (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe Partido Social Democrata), como sendo o principal ator para a situação grave económica e financeira que o arquipélago vive.

Trovoada apontou como exemplo que a escassez de divisa no Banco Central de São Tomé e Príncipe, deve-se ao facto do Governo ter recorrido quatorze vezes reserva do BCSTP para comprar combustíveis.

Declarou que solicitou uma “carta de conforto” ao FMI para encontrar financiamento junto aos outros credores, para custear combustíveis o pedido não foi viabilizado.

 “As coisas não estão fáceis “atirou Patrice Trovoada, que está esperançoso que contatos estabelecidos junto aos parceiros multilaterais e bilaterais para facilitar a concessão do crédito. A próxima ronda terá lugar em finais de julho próximo.

Por Ramusel Graça

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